prefeito Quinca Cardoso.
Família Chagas e Teixeira de Aguiar, mais uma biografia!
Em 1932, após o falecimento da mãe Josepha, deslocou-se com parte da família para Visconde do Rio Branco, MG, que oferecia melhores oportunidades de trabalho. As terras herdadas foram vendidas por ele e os irmãos e, assim, cada um foi cuidar de sua vida. Em 1932 Manoel ingressou como empregado do Grande Hotel de Visconde do Rio Branco. Em 1938 casou-se com Maria Aristotelina de Cássia, tendo com ela oito filhos: Negrita, Paschoal, Regina Célia, Getulio, Luiz Gonzaga, João Batista, Josefa e Maria de Lourdes. A partir de 1946, ele e minha mãe estabeleceram-se com uma pequena lavanderia - Lavanderia Santo Antônio, que durou até depois de seu falecimento em 26 de junho de 1967, ainda jovem, com cinqüenta e seis anos de idade.
Manoel teve bons amigos e sempre esteve presente na vida deles nas horas de aflição. Das doenças e das necessidades de cuidados. Aplicava-lhes as injeções, dava-lhes os banhos, ministrava-lhes os medicamentos, dava-lhes atenção nos momentos de solidão e tristezas. E assistiu-lhes no momento da morte. Guardo o nome desses amigos, muitos deles compadres e vizinhos. Nas festas do padroeiro Santo Antônio, foi o leiloeiro oficial durante muitos anos, atividade que exercia gratuitamente, com muito senso de humor, em colaboração com os franciscanos do bairro e com a própria comunidade. Ali, nessa capela de Santo Antônio e Convento, recebemos as primeiras lições do catequismo católico, entramos em contato com os franciscanos holandeses e sua devoção a São Francisco de Assis, sua simplicidade e votos de pobreza, o que nos fazia bem próximos, pois tanto meu pai Manoel, sua esposa Tota, minha mãe e nós, seus filhos, sendo pessoas de pouca aquisição financeira, pudemos assim mesmo compartilhar com aqueles estrangeiros a riqueza de viver valores verdadeiros e eternos que são a amizade, a confiança, o respeito, a atenção, o ensinamento vivo, a luz jorrando das orações, a música preciosa, os pés no chão mesmo apoiado em sandálias rústicas. Tudo isto guardamos no coração. Tudo isso não morre nunca. Nem a memória de Manoel Teixeira de Aguiar e aquilo que ele conquistou na simplicidade.
Acredito que o ingresso para os reinos celestiais se faz com uma pequenina semente, aquele grão de mostarda revelado por Jesus Cristo e que se encontra no nosso coração. Que conservamos e multiplicamos com nosso afeto. E nessa multiplicação oferecemos, como Cristo, a todos que tenham necessidade de cura e sede de justiça. Assim são alimentados os puros. Isso podemos fazer independente da confusão do mundo e da competição das igrejas, e de certas teologias incompreensíveis. Quando quero garantir minha tranquilidade, penso naquilo que foi meu e estava perto de mim. Meu pai Manoel, seu afeto por todos e seu exemplo.