Presídio no Século 19

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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Manoel Teixeira de Aguiar, 100 anos do Nascimento!

Manoel, professor Waldomiro Viana e
prefeito Quinca Cardoso.


Família Chagas e Teixeira de Aguiar, mais uma biografia!

Manoel Teixeira de Aguiar, meu pai, nasceu em 23 de setembro de 1910. Registrado tardiamente, dois anos após seu nascimento, teve sua data declarada como sendo 1º de janeiro de 1912. Ele sempre comemorou nesse dia seu aniversário, o que ele informava orgulhosamente a seus amigos por ser o primeiro dia do ano. Isto nos faz acreditar que ele desconhecia a real data de sua chegada ao planeta. Era aparentemente tranquillo, amistoso, riso fácil e bom conselheiro. E ainda, inspirava extrema confiança. Era filho de João Teixeira de Aguiar e Josepha Francisca de Jesus. O pai era nascido na Bahia e filho de Esméria. Minha avó Josepha tinha seis filhos quando encontrou João Teixeira de Aguiar, e teve com ele mais 13 filhos no período de duração do casamento que foi de 1903 a 1915, quando ficou viúva novamente. Meu pai era filho desse segundo casamento. João Teixeira de Aguiar tinha boas terras no antigo Porto de Santo Antônio, hoje Dona Eusébia, Minas Gerais. Era agricultor em lavoura de café. Faleceu inesperadamente com pouco mais de cinqüenta anos numa manhã do dia de São João em 1915, deixando uma prole de dezenove filhos e enteados. Meu pai Manoel tinha então cinco anos de idade. Por isso pouco sabia informar do pai falecido.
Em 1932, após o falecimento da mãe Josepha, deslocou-se com parte da família para Visconde do Rio Branco, MG, que oferecia melhores oportunidades de trabalho. As terras herdadas foram vendidas por ele e os irmãos e, assim, cada um foi cuidar de sua vida. Em 1932 Manoel ingressou como empregado do Grande Hotel de Visconde do Rio Branco. Em 1938 casou-se com Maria Aristotelina de Cássia, tendo com ela oito filhos: Negrita, Paschoal, Regina Célia, Getulio, Luiz Gonzaga, João Batista, Josefa e Maria de Lourdes. A partir de 1946, ele e minha mãe estabeleceram-se com uma pequena lavanderia - Lavanderia Santo Antônio, que durou até depois de seu falecimento em 26 de junho de 1967, ainda jovem, com cinqüenta e seis anos de idade.
Manoel teve bons amigos e sempre esteve presente na vida deles nas horas de aflição. Das doenças e das necessidades de cuidados. Aplicava-lhes as injeções, dava-lhes os banhos, ministrava-lhes os medicamentos, dava-lhes atenção nos momentos de solidão e tristezas. E assistiu-lhes no momento da morte. Guardo o nome desses amigos, muitos deles compadres e vizinhos. Nas festas do padroeiro Santo Antônio, foi o leiloeiro oficial durante muitos anos, atividade que exercia gratuitamente, com muito senso de humor, em colaboração com os franciscanos do bairro e com a própria comunidade. Ali, nessa capela de Santo Antônio e Convento, recebemos as primeiras lições do catequismo católico, entramos em contato com os franciscanos holandeses e sua devoção a São Francisco de Assis, sua simplicidade e votos de pobreza, o que nos fazia bem próximos, pois tanto meu pai Manoel, sua esposa Tota, minha mãe e nós, seus filhos, sendo pessoas de pouca aquisição financeira, pudemos assim mesmo compartilhar com aqueles estrangeiros a riqueza de viver valores verdadeiros e eternos que são a amizade, a confiança, o respeito, a atenção, o ensinamento vivo, a luz jorrando das orações, a música preciosa, os pés no chão mesmo apoiado em sandálias rústicas. Tudo isto guardamos no coração. Tudo isso não morre nunca. Nem a memória de Manoel Teixeira de Aguiar e aquilo que ele conquistou na simplicidade.
Acredito que o ingresso para os reinos celestiais se faz com uma pequenina semente, aquele grão de mostarda revelado por Jesus Cristo e que se encontra no nosso coração. Que conservamos e multiplicamos com nosso afeto. E nessa multiplicação oferecemos, como Cristo, a todos que tenham necessidade de cura e sede de justiça. Assim são alimentados os puros. Isso podemos fazer independente da confusão do mundo e da competição das igrejas, e de certas teologias incompreensíveis. Quando quero garantir minha tranquilidade, penso naquilo que foi meu e estava perto de mim. Meu pai Manoel, seu afeto por todos e seu exemplo.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O Feminino em Jorge Amado: Gabriela, Cravo e Canela

Podemos levar estas palavras a um plano muito mais elevado do que a poesia já apresenta e podemos estabelecer a nossa reverência à polaridade feminina de Deus, a Mãe Divina, transportando depois essa realidade do mundo do espírito para o plano terreno, onde reverenciamos o feminino dignificado em todas as suas manifestações: a mulher, a natureza e toda a sua criação.

Alegre Menina

- Oh! que fizeste, sultão, de minha alegre menina?

- Palácio real lhe dei, um trono de pedraria. Sapato bordado a ouro, esmeraldas e rubis. Ametista para os dedos, vestidos de diamantes. Escravas para servi-la, um lugar no meu dossel... E a chamei de rainha, e a chamei de rainha!!

- Oh! que fizeste, sultão, de minha alegre menina?? Só desejava a campina, colher as flores do mato... Só desejava um espelho de vidro para se mirar... Só desejava do sol o calor para bem viver, só desejava o luar de prata para repousar. Só desejava o amor dos homens para bem amar, só desejava o amor dos homens para bem amar...

- No baile real levei a tua alegre menina. Vestida de realeza, com princesas conversou. Com doutores praticou, dançou a dança faceira. Bebeu o vinho mais caro, mordeu fruta estrangeira. Entrou nos braços do rei, rainha mais verdadeira... Entrou nos braços do rei, rainha mais verdadeira...