Presídio no Século 19

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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Glória aos Portugueses, sim. E ao Homem Brasileiro também.

Carta a um Amigo - descendente dos Tupinambá do norte fluminense.
Iniciei uma busca a respeito das nações indígenas à época do descobrimento e percebi que o estudo é bem complexo, principalmente tendo em vista as classificações hoje existentes. Devo então ter um certo cuidado nesse estudo.

Os índios encontrados pela expedição de Cabral, na Bahia, eram, sem dúvida, os tupiniquim da família tupi-guarani, tendo sido originários da bacia do Rio Paraná, no Paraguai. Por aí se vê o quanto deve ser complicado localizar os indígenas em algum lugar definitivo. Mas vou procurar saber. Um pesquisador de Cantagalo-RJ, e escritor, disse-me certa vez que a história do Brasil sempre foi contada sob o prisma do europeu. Daí os heróis são eles, os portugueses, etc. Não posso deixar de dar-lhes os créditos em alguns quesitos, inclusive navegação, embora precisamos falar que houve muito sacrifício humano naquelas viagens. Os heróis são os que morreram, deram suas vidas para sustentar os empreendimentos. Deveríamos levantar-lhes monumentos como aqueles dos heróis das guerras, se fosse possível a essas alturas. Muita coisa se esconde por detrás da falsa história do Brasil e dos falsos heróis. Sabemos um pouco, mas esquecemos que temos alguma glória na nossa história do Brasil. Nós, o povinho. E entregamos o ouro dessa glória, cuja recompensa nos prometeram receber somente no céu. Numa passagem de seu livro "A Viagem do Descobrimento", Eduardo Bueno nos fala das alianças das tribos, ora com os portugueses, ora com os franceses. Estava aí lançada a divisão dos habitantes da terra do Brasil, ou incentivada. Mas as nações indígenas brigavam por que? Diz-se por vingança. Não por terras. Na pág. 79, p. 4, ele escreve: "É exemplar o próprio caso dos Tupiniquim. Por volta de 1530, quando a colonização do Brasil se iniciou na prática, eles se uniram aos portugueses, na guerra contra os Tupinambá-tamoio, aliados dos franceses. Foi uma aliança inútil: após vencerem os inimigos iniciais, os lusos logo se esqueceram do auxílio que os Tupiniquim lhes haviam prestado. Por volta de 1570, a tribo já estava virtualmente extinta. Muitos de seus membros foram mortos por ordem de Mem de Sá, o terceiro governador - geral do Brasil". Este é um dos fatos ligados a eliminação dos indígenas.

Hoje comemora-se o dia da Consciência Negra. Há também um dia dedicado ao Indígena (assim com letras maiúsculas). Não seria melhor comemorar o dia da Unidade Racial Nacional? Os portugueses e afins podem entrar, embora sejamos mais de 80% por cento de mestiços ou multirraciais  Porém a divisão que foi plantada ou incentivada, entre índios, negros e descendentes, permanece. E a nação não melhora nas questões sociais. A escola no Brasil ainda é uma escola européia do século 19 em muitos sentidos, e nós continuamos escravos da mente estrangeira, pois não há incentivo em buscar nossas verdadeiras origens. Que não é somente européia.

Desculpe-me se ocupo seu tempo. Sei que sabe de tudo isso. Mas quando estiver em salas de aula e tiver a oportunidade, fale da nossa raça brasileira e sua importância.

Os nossos indígenas ao encontrar os estrangeiros pela primeira vez, e outras vezes, os consideravam deuses e ficaram fascinados. Hoje é possível que haja uma inversão. Os estrangeiros devem ser fascinados pelo produto da nossa mistura e pela nossa sobrevivência. Somos muito teimosos.

Abraços,
Getulio.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Laudate Dominum, Mozart

http://youtu.be/-E-sb6Uudsc


Soprano: Victoria de los Angeles.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Partiu o nosso André! Nossa homenagem.



Carlos André de Aguiar Pacheco, membro da nossa árvore genealógica, poderia ter tido como sobrenome somente Teixeira de Aguiar, pois herdou características marcantes desse ramo da família. Se fisicamente, porém, tinha no rosto a fisionomia do avô Manoel Teixeira de Aguiar, herdou a vivacidade, a presteza e a alegria de sua avó Aristotelina, esta descendente de Gabriéla Maria de Jesus. Embora assinasse Pacheco também, ele era dos nossos, completo representante de ambas as famílias de Manoel e Tota.

Ele foi um bebê gordinho, miúdo, lindo e risonho. O seu sorriso e alegria se estenderam por toda sua vida. Um menino como tantos outros, esperto e brincalhão, foi sempre obediente aos mais velhos, tendo um grande espírito de cooperação. Por isso, ao quinze anos, cheio de vontade e determinação, transferiu-se para Barra Mansa onde deu seu apoio ao tio Batista, passando a trabalhar em um pequeno comércio dele. Ali realizou rapidamente seus estudos técnicos na área de computação, fez seus estágios com sucesso e trabalhou em algumas firmas multinacionais. Mais tarde transferiu-se para Belo Horizonte, onde se casou com Aída Barbosa, tendo seus três filhos. Recentemente concluiu seu curso superior em Manutenção de Computadores, tendo sido da primeira turma desse curso recém-criado e um dos alunos mais brilhantes. Dos mais competentes em sua área, realizou todos os treinamentos que lhe foram determinados, todos os trabalhos a ele entregues, sempre com entusiasmo e competência.

Um acidente o vitimou fatalmente, justo quando realizava mais um trabalho a pedido de sua firma na cidade de Pouso Alegre, no sul de Minas Gerais, para onde havia se deslocado por curto período. Era dia de Reis Magos, 6 de janeiro do corrente ano.

Com aquele mesmo sorriso que nos encantou e nos deu vida, partiu o nosso menino André. Difícil explicar com palavras a grande tristeza que nos invadiu, medir o volume das lágrimas derramadas, contar a multidão que acudiu sua linda jovem família, sua mãe e irmão, tios, sobrinhos e primos.

Em compensação, nós de sua família, de nossos corações, ainda pudemos jorrar amor ao receber tantos abraços de solidariedade, palavras de esperança. Pois, se perdemos uma jóia, os céus ganharam um vitorioso, que rapidamente cumpriu sua tarefa na Terra e ascendeu às alturas celestiais.

Que Deus o proteja André e lhe dê de presente o Universo!