Presídio no Século 19

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sexta-feira, 13 de maio de 2011

Lei Áurea, 13 de Maio de 1888

A Liberdade de minha bisavó Gabriéla Maria de Jesus se deu na cidade de Descoberto - MG, para onde ela havia se deslocado, vinda de Santa Rita do Rio Negro, Cantagalo - RJ, ainda escrava, aos 12 aos de idade. Aos 13, ela deu à luz seu primeiro filho, uma menina que recebeu o nome de Antônia, mais tarde Antônia Maria de São José.


Para trás, em Cantagalo, ela havia deixado sua mãe Thereza, seu pai Gabriel e suas irmãs, Clemência e Justina, obra da condição que lhe foi dada pela escravatura.


São 123 anos contados a partir daquele dia 13 de maio de 1888 e agora completados. Como a grande maioria dos escravos, ela ficou com poucas perspectivas para o futuro, e ainda à mercê de seu ex-dono, possivelmente aquele que foi o pai de sua filha, o Sr. José Rodrigues de Menezes, de quem sabemos muito pouco.


Ela chegou a Visconde do Rio Branco - MG entre 1888 e 1889, ainda como cozinheira do Sr. Menezes, cujo destino desconhecemos também após esse tempo. Ali, já com dois filhos, Antônia e Paulino José, teve sua segunda filha, a Flauzina, esta minha avó, em 1889.


O que há para comemorar neste dia? Pouco. A condição dos descendentes africanos em muitos casos é precária. Muito se tem feito para trazer-lhes honra e um lugar ao sol, entretanto a mancha da escravidão é difícil de ser lavada, e sua marca ainda impregna nossas almas tornando um destino muitas vezes incerto. Que a misericórdia de Deus ilumine os brasileiros e os faça resgatar o brilho da nossa raça, que é multiracial.